A dor no parto normal
Quando pensamos na dor, tendemos a achar que algo de ruim está acontecendo. A dor nos avisa, é o sinal do corpo para que algo seja feito. Os nascimentos, assim como as grandes transformações psíquicas humanas, estão ligados a “dores”. Assim, as atribulações e dores do nosso tempo são expressas nos momentos que antecedem o nascimento.
Todo parto remete ao próprio nascimento. Ao dar à luz, a mãe “revive” o trauma de sua própria chegada ao mundo. Esta dor traduz “dores” que trazemos ocultas dentro de nós e, a cada contração, revela sofrimentos embutidos da própria pessoa e que podem ser transformadas. (Thérèse Bertherat, Quando o Corpo Consente).
A cada contração, o colo do útero se dilata mais um pouco e há a distensão de diversas estruturas no canal de parto. A contração em si não é dolorosa, são os encurtamentos musculares que podem ser dolorosos. A dor inicialmente pode ser como uma espécie de cólica, ou uma pressão sobre o abdômen e nos quadris ou sobre a parte inferior das costas e na raiz das coxas ou ainda uma combinação destas várias dores. As dores podem ir se intensificando com o avanço do trabalho de parto. Durante o trabalho de parto, produzimos a endorfina, hormônio sedativo da dor.
A dor varia enormemente entre as mulheres: para algumas, é insuportável e outras juram não sentir nada. A expectativa da mulher, o medo de perder o controle sobre seu próprio corpo e acreditar que a dor será insuportável, e precisará de anestesia, podem contribuir para o aumento de dor. As contrações são dolorosas e desafiadoras. É quase sempre o medo e a angústia que provocam a dor e assim forma-se o ciclo tensão-medo-dor.
Para administrar a dor, é necessário manter um ambiente calmo, quieto, com pouca luz, diminuindo a função do neocórtex, responsável pelos pensamentos e raciocínio lógico, e deixar as estruturas cerebrais primitivas entrarem em ação para liberar os hormônios necessários (Michel Odent). A mulher deve sentir-se segura e acompanhada somente por quem ela desejar. Mudar de posição ajuda a descobrir aquela que mais alivia a dor, além de ajudar no trabalho de parto. A respiração ajuda a concentrar e não pensar na dor.
A dor ajuda a sentir o que está acontecendo, a contração é sinal de progresso de que o fim do processo está mais próximo. Preparar-se emocionalmente e mentalmente ajuda a diminuir a dor: “Ah essa contração foi muito boa! Ajudou o bebê a avançar”.
(texto escrito por Sandra Sisla – Fisioterapeuta e Educadora Perinatal)
http://primaluz.com.br/?p=273
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Li este texto e gostei, decidi postar aqui... é muito importante buscar cada vez mais informação.
Apesar de hoje eu ter recebido um balde de água fria de uma pessoa que eu sempre apoiei, e estive ao lado...quando eu disse q faria cesárea a pessoa foi contra e falou pra fazer normal...e agora eu fui toda feliz contar que estou pensando em parto normal, e estou buscando os meus caminhos ...em meu ritmo, falando das alternativas que me deram, as descobertas que estou fazendo...e a pessoa só falou dizer: QUE RIDÍCULO...pois disse VOCE ESTÁ COMPLICANDO, NÃO É ASSIM.
Sabe... eu fiquei muito decepcionada.
Eu esperava mais desta pessoa... pois eu sou sempre disponivel e compreensiva pra ouvir os problemas ,e mesmo não aceitando as decisões que ela tomou para sua vida...eu não a critiquei nem um pouco da maneira como ela me criticou hoje. Ela teve vários partos normais... e foram bons. Eu sou uma pessoa diferente, tenho sentimentos diferentes... só Deus sabe como será meu parto. Eu sou muito sensível mesmo para dor, sou uma pessoa intensa em relação aos sentimentos... fiquei triste pois ela vive na superfície e veio ignorar minha dor e meu medo.
Menosprezar meu medo...achei tão triste isto. Pois eu sei e conheço os medos dela e nunca os desprezo, procuro dar forças para ela os superar...
e só o que eu esperava ouvir hoje era algo como:
__ Isto , continua buscando forças, você vai conseguir! Eu vou estar aí pra te dar força.
Ao invés disto ela alimentou o "maldito triangulo" - tensão - medo - dor...
a tensão aumenta o medo
que aumenta a dor.
Após falar com ela...fiquei mais tensa... perdi um pouco da confiança em mim que ainda estava começando a se formar, e o medo aumentou... ainda bem que o parto não é hoje!
Eu fiquei pensando se deveria ligar e falar tudo isto... e deixar claro que só o que eu queria era um pouco de apoio... por que as pessoas são assim? Tão egoístas? Não se colocam no lugar das outras?
Estou muito chateada com isto... estou respirando fundo aqui...pois o Samuel está se remexendo muito...
desculpe meu bebê, não era pra eu estar te perturbando ... te amo.
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